Messi ultrapassou todos. Conquistou pela quarta vez o prêmio de melhor jogador do mundo (na época de Pelé não existia o prêmio). Passa Ronaldo, Zidane, Platini e Cruyff que levaram três vezes. Messi também fez 91 gols em 2012, recorde mundial. Se tornou o maior goleador do Barcelona em jogos oficiais. Passou a brilhar pela Argentina. Falta o quê? Falta a Copa do Mundo. Falta mesmo? É parâmetro definitivo mesmo? É o principal medidor? Na minha avaliação não.
Quem ajuda a responder isso é Casillas.
O goleiro foi eleito pela quinta vez o melhor do planeta. Pode não ter sido o melhor em todos esses anos, mas sempre esteve entre os principais. E daí? E daí que desde 2008, quando Messi recebeu seu primeiro prêmio, enfrentou o melhor goleiro do mundo 17 vezes.
Há tempos atrás onde os melhores do mundo se encontravam? Na Copa do Mundo. Pelé e os outros melhores brasileiros, atuavam no Brasil. Os melhores uruguaios jogavam no Uruguai. Os melhores argentinos (exceto Di Stéfano) estavam na Argentina, os melhores africanos estavam na África. O encontro deles se restringia ao Mundial ou amistosos.
Décadas atrás, o maior parâmetro era a Copa. Hoje não é mais. Os melhores se enfrentam na Liga dos Campeões. Lá estão os melhores brasileiros (até Oscar e Lucas. Só falta Neymar, questão de tempo), argentinos, colombianos, africanos e asiáticos. Além disso, é disputada todo ano. Não é um campeonato de um mês a cada quatro anos, que pode premiar um grande momento e “punir” jogador que não tem bons conterrâneos para jogar ao seu lado. Qual a chance de Eto’o ou George Weah ganharem algum prêmio pelos feitos em suas seleções? São piores jogadores por isso?
Claro que a Copa do Mundo continua sendo importante, um grande torneio, grande evento e com história. O peso do critério para se dar a grandeza devida a um jogador é que está menor. Pelé, melhor de sua época (antes de pensar que estou diminuindo Pelé, leia isto aqui), enfrentou o melhor goleiro de sua época – o inglês Gordon Banks – uma vez em jogos oficiais, na Copa do Mundo de 1970. Jogaram também um amistoso em 1964 e três jogos pela Liga de Futebol dos Estados Unidos, em 1977, quando Banks não era mais aquele e Pelé também não.
Messi precisa do Mundial, mas não para se firmar. Precisa porque seria bom para ele. A Liga dos Campeões hoje é um parâmetro maior. E o argentino foi artilheiro das últimas quatro edições, sendo protagonista em duas conquistas. Na “Copa do Mundo” de hoje, Messi faz o que os grandes faziam na Copa do Mundo deles.